Ouço ao longe a sineta soar, a secretária atende. Finalizo
mais uma massagem redutora e aguardo o próximo cliente,
interfono à assistente, permitindo sua entrada. Tu invades
a sala e de imediato sinto que conheço de algum lugar,
porém ali sou uma massagista séria, profissional e
competente. Com um sorriso indico o reservado para que
se dispa e permaneça apenas de sunga, solicito em seguida
que te deites de costas e aguarde, cubro teu quadril com
um pequeno lençol e ponho-me a preparar os materiais a
serem utilizados, creme, toalha e venda relaxante para os
olhos. Ponho uma música suave de piano e inicio meus
trabalhos, mas ao tocar tua pele meus pelos eriçam e
sinto que será único aquele momento, porém permaneço
profissional e 50 minutos depois findo o relaxamento e
tu dormes descansando e eu saboreio o momento apreciando
o teu corpo, teu peito peludo, tua barriga sarada, sigo
deliciando o teu corpo e meus olhos param em teu quadril e
em que tudo aquilo escondido sob o fino lençol deixando-me
antever o grande volume lá adormecido, continuo te comendo
com os olhos percorrendo tuas coxas e pernas findando em
teus pés com unhas limpas e bem tratadas. Não resisto e
aproximo-me de ti, e, arriscando-me ainda mais, colo meu
rosto ao teu buscando solver teu cheiro de macho misturado
a suavidade do creme corporal e me excito com o clima de
perigo, temendo o teu despertar. Começo a solver o teu
cheiro, farejando como uma loba e desenhando em minha mente
teu corpo para guarda-lo – para mais tarde me tocar intimamente
fazendo amor comigo e contigo em pensamentos – busco guardar o
cheiro de tua pele, de teu cabelo, de tua testa, da tua face,
até de tuas orelhas e me atrevo a aproximar nossas respirações:
elas se fundem e sinto o hálito quente e convidativo saindo de
seus lábios. Sem pensar em mais nada abro minha boca e colo na tua,
explorando teus lábios, tua maciez movimento minha língua de encontro
a tua e, sem meu consentimento, teus lábios prendem os meus e aceito
de imediato como um convite. Subo na estreita maca montando em ti
encaixando meus quadril ao teu, entrelaço nosso dedos e pouso minha
mão na tua, sinto crescer em mim o teu sexo e, por dentro da fina
malha, exploro tua pele íntima com minha mão, te bolinando.
Escuto um sussurrar de prazer e abro os olhos para me deparar com
teu olhar – a venda havia sumido – estremeci e ameacei descer,
porém tu me sorri um riso torto e com olhos desejosos dizes "fica".
Sem pensar nas outras pessoas que aguardavam na sala ao lado,
deixo-me ficar esfregando meu corpo ao teu sofregamente, mas minhas
vestes atrapalham e tu resolves abrir-me toda, arrancando-a fora,
deixando-me a tua mercê. A música rola misturada aos sons que nosso
corpos emitem e nossos sussurros se fundem a dizer:
Finalmente cedi e deixei-te explorar meu corpo; penetrar em mim, pintando-me
por dentro com teu pênis rijo, e tua boca tapa a minha para evitar um grito de
prazer que explode em minha garganta. Sussurro o teu nome e imploro:
Sinto o pulsar do teu membro, explodimos num gozo profundo e tu permaneces em
mim enquanto descanso minha cabeça sobre teu peito molhado com suor de nossos
corpos, estamos satisfeitos e enroscados, ali naquela estreita mesa de massagens
e completamente saciados.
© 2018 Valeria Walfrido
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